quarta-feira, 30 de junho de 2010

ZEPARAFUSO

VALERÁ TANTO ?
Este blogue, é um blogue sem pretenções de ser bem escrito, ou para agradar a quem quer que seja, excepto a mim e mesmo assim às vezes não me agrada, dependendo da disposição que tenho na altura. Daí, não me preocupar com os comentários que poderão fazer serem agradáveis ou não, com uma pequena excepção : não haverá ofensas pessoais. Os motivos são variados, só lê quem quer, só comenta quem quer, por principio não responderei a comentério nenhum, o que não quer dizer que não poderão haver excepções, que serão aquelas que eu entender. Quero com isto dizer, que este bloque é democrático, mas quem manda sou eu. Serve sobretudo, para manifestar as minhas opiniões sobre alguma coisa ou sobre nada, serve para ocupar o tempo, quando não tenho mais nada o que fazer, tenho amigos como toda a gente, ainda bem que são poucos mas bons, posso contar com eles em qualquer altura que tenha necessidade e sou feliz assim, outros haverá que nem amigos têm ou os que julgam ter são interesseiros ou oportunistas. Também tenho quem não goste de mim, serão muito mais que os amigos, mas, a esses não lhes ligo nenhum. Prezo-me por ser educado, mas também sei ser ordinário, mal educado, mal formado. Até agora não tem sido necessário e espero nunca ser. Quem faz o favor de passar por aqui, pensará, a que propósito vem tudo isto. Virá a propósito de tudo e de nada. Ficarão a saber que pelo facto de ser uma pessoa iletrada, sou gente, sou povo, que como todos sabemos o povo português não prima por ser culto. Uns porque não poderam, outros porque não tiveram oportunidade, outros até porque não quizeram. Mas todos eles são gente, todos têm sentimentos, todos nasceram da mesma maneira. O estarmos vivos é apenas uma passagem curta, todos um dia havemos de morrer, se pensarmos nisto, estaremos a pensar que não valerá a pena zangarmo-nos com os outros. Opiniões diferentes todos temos, por isso costumo roubar uma frase a um amigo " cada um é como cada qual, mas ninguém é como evidentemente ", entendam-na como quiserem, se pensarem nela chegarão a qualquer conclusão e dirão certmente que quem a disse, sabia o que dizia. Mas se estão a pensar que isto é uma despedida também estão enganados, isto é mais dar-vos a conhecer quem sou, como sou, dizendo o que penso com a visão do povo, com a visão dos que estão a caminhar a passos largos para uma pobreza evidente, sem poder de compra. Para onde alguém quer que eu vá.........mas ainda vai ter que me aturar mais algum tempo. Isto é mais uma conversa comigo próprio do que uma postagem. Há dias assim!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

MAÇAMBIQUE II


Armando Guebuza actual presidente da Republica de Moçambique, foi Ministro do Interior entre 1975 e 1977, no tempo em que o presidente ainda era Samora Machel. Armando Guebuza que durante esse período ordenou a saída dos portugueses em 24 horas com 20 Kg de bagagem apenas. Não me admiraria nada que este Guebuza, arrogante, insolente, ditador , estivesse envolvido na queda do Tupoleve que vitimou Samora Machel. Guebuza como Ministro do Interior, chegou a ser mal educado, arrogante, mesmo racista, até com quem não era do partido, não só com brancos, o que não quer dizer que no partido não existissem brancos. Depois foi um aproveitar constante, até chegar a líder do grupo parlamentar da FRELIMO. Guebuza empresário, da construção civil e das pescas. Guebuza a quem é atribuído o sucesso das negociações de paz, na guerra civil e o acordo de Roma que conduziu ao pluripartidarismo. Onde ficam nomes como, Joana Simeão, Uria Simango ou Lázaro Kavandame ? Afonso Dhlakama, Vicente Ululu ou Evo Fernandes ? Guebuza, quando Ministro do Interior, depois de ter autorizado um holandês, fornecedor de papel a uma empresa moçambicana, que pediu um visto, como era normal, para se deslocar a Moçambique e medir as possibilidades que a empresa moçambicana teria de continuar a ser sua cliente, pôr um motorista do partido á disposição desse holandês, para qualquer sítio que ele se quisesse deslocar, sem restrições absolutamente nenhumas, até parece um Guebuza aberto, democrático. Claro que toda a gente compreendeu que o motorista governamental, servia para vigiar o holandês. Como o senhor não vinha fazer mal a ninguém até achou hospitaleira a atitude de Armando Guebuza, evitava ele próprio do aluguer duma viatura e sempre que necessitava de motorista telefonava a pedi-lo e o motorista aparecia dentro de poucos minutos ( Cabe também aqui dizer que num dos dias que o holandês ia sair para um passeio a pé, entregou a chave do quarto do hotel na recepção e 5 minutos depois estava o motorista a perguntar onde ele queria ir que tinha a viatura à sua disposição). Isto foi só um aparte, para justificar a vigia que era feita ao estrangeiro. No dia seguinte como de costume, o holandês telefona, pede o motorista, este aparece e o visitante pede para dar uma volta pelos suburbios da cidade. Tinha chovido durante a noite, daquelas chuvadas tropicais, que só quem lá esteve sabe como são. O motorista, que normalmente não tinha conversa com o passageiro, nesse dia mete conversa, quando estavam a passar por Xipamanine, completamente inundado e diz-lhe " herança do colonialismo", o passageiro, que até tinha vivido no Sudão uns anos, responde-lhe que não é assim, aquilo é África, a herança do colonialismo é a cidade de cimento. A conversa acabou ali o motorista foi por o passageiro ao hotel. O Holandês de manhã acorda, telefona ao motorista, como normalmente fazia e como normalmente também aparece o motorista mas desta vez acompanhado com um guarda. O senhor pergunta o que está a acontecer, respondem-lhe que tem que fazer a sua bagagem e dentro de 2 horas sair do País. Esperam por ele levam-no directamente para o aeroporto, onde lhe entregam o passaporte com o carimbo de expulso. Era assim Guebuza. Era assim o actual presidente de Moçambique, era assim o homem que foi recebido não há muito tempo em Portugal. Não admira ter sido recebido em Portugal com pompa, quando há uns anos Kadafi foi recebido no palácio do governo, levando uma pistola à cintura.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

MOÇAMBIQUE

Homero Branco a 20 de Junho de 1975
, escrevia assim: " A poucos dias da data que vai ficar como um marco histórico do povo Moçambicano - 25 de Junho de 1975 - a cidade de Lourenço Marques veste-se de cores belas e vivas, que cantam pelas ruas as cores da bandeira que os revolucionários moçambicanos arvoraram e sob a qual alcançaram a vitória.

Cores que não são apenas um símbolo e que havemos de ver reproduzidas na terra arada, semeada e carregada de searas e frutos, de flores. de florestas e barragens, de escolas e fábricas, de creches e hospitais, de luz e flores. por detrás das cores que cantam e do sentido poético das palavras, a esperança que alivia o sofrimento dos homens adquire um novo sentido: não cai do céu, conquista-se, é uma certeza que temos já aqui à mão. Com o nosso trabalho, fundamentalmente com o nosso trabalho, vamos começar a batalha da paz, a conquista e consolidação da independência nacional, a afirmação da nossa personalidade - vamos ocupar o nosso lugar ao Sol.

25 de Junho de 1975: o primeiro dia de uma série infindável de primeiros dias em que cada um deles é mais um passo para a libertação total do povo moçambicano. Independência que não é um fim em si, mas a via para que cada Moçambicano crie a sua identidade própria de homem livre, no gozo de todos os seus direitos. livre, porque tem o direito ao trabalho, a viver numa comunidade que lhe é própria , a conviver em pé de igualdade com o seu semelhante, porque tem o direito e o acesso à instrução, porque tem o dever e a possibilidade de participar na definição e na escolha do destino do seu país. Livre, porque liberto da fome, da opressão, livre porque encontrando-se como individualidade na comunidade de esforços, no trabalho comum, livre porque liberto de individualismo que encerra o homem no horizonte estreito de seu interesse pessoal e imediato. O 25 de Junho não assinala apenas a conquista do poder politico p~elo povo moçambicano. Assinala também a luta pela conquista do poder económico. Produzir é, portanto, a nossa tarefa mais importante e imediata, é a luta que temos que desencadear em todas as frentes...... É neste quadro de trabalho e de unidade que vai assumir as suas caracteristicas essenciais a cultura moçambicana. Ela é tecida da herança do passado, do saber acumulado pelos homens e pelas mulheres ao longo dos séculos, e que traduz nas suas danças, nos seus cantares, no seu vestuário, na sua arquitectura, na sua arte, em suma, na sua maneira de estar no mundo e que não é, nem pode ser, igual, exactamente igual à de qualquer outro povo. Mas o processo cultural é, na sua essência, um processo dinâmico: enraizado, alimentando-se nas estruturas tradicionais que traçam o perfil inconfundível de cada povo, enriquece-se no contacto com outras culturas, com outros povos, no convívio íntimo das culturas de cada povo, que cada uma delas assume inteiramente a sua originalidade, a sua feição própria e, também, a sua universalidade. Unidade interna, unidade com os povos de todo o mundo.........mas será por uma sociedade sem classes que o povo moçambicano terá que se bater, para que a sua luta de libertação nacional, liderada pela FRELIMO, não seja apenas a expressão da conquista da independência moçambicana, mas um contributo valioso, um marco na história da luta do homem, à escala do mundo, pela sua libertação. As ruas, as praças, os edifícios que nós engalanámos cantam o dia 25 de Junho, e as cores são o arauto do futuro que se abre para nós e que, unidos e trabalhando, com suor, esforço, alegria e amor, vamos conquistar.
A luta continua. " .
Editorial do jornal " VOZ DE MOÇAMBIQUE " do dia 20 de Junho de 1975. Se tudo isto se tivesse concretizado, se tudo tivesse sido assim tão simples, Moçambique hoje, seria um país da linha da frente. Com todos os interesses que permearam este Moçambique, que chegou a ser o mais pobre pais do mundo, é o pais que conhecemos hoje, carenciado de tantas coisas, pobre e que vai enriquecendo alguns, por conta da sua pobreza.
35 anos depois o que mudou em Moçambique? Talvez tivesse voltado uma acalmia, podre. Hoje há em Moçambique, pessoas que enriquecem com a sua pobreza. Pessoas que só vão para Moçambique bem pagas. Pessoas que exploram mais o povo moçambicano do que antes. Pessoas que nada fazem para que Moçambique cresça. Há mais oportunistas que antes. Hoje os ingleses fazem aquilo que Portugal não conseguiu, em parte devido aos entraves ingleses, conseguiram levar Moçambique a fazer parte da Commonwealth. Moçambique é um País cheio de potencialidades, é um País onde tem que se trabalhar, sempre teve. É um pais onde se planta para se poder colher. É um pais onde a pesca, também é farta, enquanto os exploradores do mar deixarem. Enfim, Moçambique tem um cheiro caracteristico, cheira a África e é um pais de futuro, assim os governantes o permitam e os exploradores deixem. Neste dia tão especial para o povo Moçambicano, queria também desejar-lhes as maiores felicidades e fé no futuro, com a FRELIMO ou com a RENAMO, que os Moçambicanos tenham o pais que merecem, isento de exploradores, mas com pessoas válidas, que gostem de Moçambique, que sintam o cheiro da terra. Bem hajam todos os Moçambicanos de boa fé.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

APETECE-ME

Apetece-me copiar o que está escrito nas costas deste disco, um velhinho 45 rpm. Até porque, quando comentei um blogue, há uns meses, fui apudado de ter um nome racista (foi roubado em parte ao Parafuso, apenas antecedido por Zé ). A pessoa que disse isso, apesar de ser formada, não foi educada, mas isso é coisa de somenos importância. A importância começa quando a tal pessoa não sabe do que fala, nem sabe o que diz, nem diz o que sabe, isto é, em matéria deste tipo não passa de mais um ignorante, nascido pouco antes do 25 de Abril. Não foi para falar da ignorância dos outros que coloquei no cimo a capa de um disco que guardo como uma relíquia (não é única) e ainda por cima de uma pessoa com quem tive o prazer de privar algumas vezes, assim como com o Carlos Albuquerque, quando ambos trabalhavam ou eram sócios numa empresa de publicidade " Delta ", penso que era esse o nome. Assim vamos lá ao que está nas costas do disco :

" Ainda que português, pela nacionalidade, foi é e será sempre moçambicano pelo «tudo mais» que fica para além do que oficialmente reza o bilhete de identidade de um cidadão. E foi-o, também, na graça com que captou, de muito novo ainda, o linguarejar, descuidado do Povo das ruas e bazares, das das palhotas ao longo dos carreiros de areia, ao balcão das cantinas da terra portentosa que foi colónia e hoje é nação: Moçambique. Com esse mesmo Povo se identificando como um irmão entre irmãos, retratou-o - não com a intenção de o menosprezar ou escarnecer, antes com a ternura sadia com que um brasileiro imita o «portuga» ou vice - versa, brincando sem ofender - na personagem que se tornou ídolo de negros e brancos na terra moçambicana : o «Parafuso». Nele estava simbolizado o mainato-lavadeiro, o continuo, o cozinheiro, o aldeão que vem para a cidade, com seus risos suas lágrimas, suas dores e alegrias, suas esperanças, ilusões, encantamentos. Romão Félix é hoje um português que retornou a Portugal. Mas não veio só. Com ele veio o seu outro eu : o «Parafuso». Ele aqui está." ( Assina um amigo).
Não poderia estar mais de acordo com o que escreve este amigo. Conhecendo-o qualquer pessoa com um pouco de sensibilidade vê que ele era, é, mesmo assim. Homem sem maldade, sem intenções dúbias, Homem que tinha e tem Moçambique no coração, não acredito que seja de outra forma. " Em Moçambique, passei os melhores anos da minha vida, fiz a primária na Escola Paiva Manso", palavras de Romão Félix, em Portugal,
país a que voltou, como tantos outros, que começaram por acreditar que Moçambique seria um país com grandes possibilidades e afinal, naquela altura, revelou-se um pais Maoísta, onde se tornou impossível fazer vida. País que começou com uma descolonização, que foi tudo menos exemplar. Mesmo aqueles que ficaram depois de Moçambique ser Nação verificaram que os governantes portugueses da altura não falavam verdade, não garantiram sequer os bens dos portugueses que foram obrigados a deixar Moçambique e no entanto apregoaram aos sete ventos, que a descolonização foi exemplar. Ainda hoje o fazem. Para terminar este apontamento uma frase do Parafuso, que ainda hoje o Zé usa muito : " Cada um é como cada qual , mas ninguém é como evidentemente"

quarta-feira, 16 de junho de 2010

DEDICAÇÃO



....... Enquanto os alemães se abrigavam nos entricheiramentos que tinham preparado, a pequena força portuguesa prosseguia na sua missão mais importante, de reconhecer o vau que o inimigo desmascarara pela sua retirada. ( Tratava-se de passar a vau o Rio Rovuma, com um pelotão vindo de Nachinamoca ). Foi então, no local onde a corrente do rio era mais impetuosa, falhando o leito de areia, e as águas corriam apertadas entre as ilhas, dificultando a orientação, que o Alf. Pais Ramos, esteve prestes a ser vitima do esgotamento em que se encontrava, desmaiando dentro do rio e sendo arrastado na rápida corrente do Rovuma, quando procedia, debaixo do fogo do inimigo, ao reconhecimento do vau. Salvou-lhe a vida a dedicação de dois soldados da 3ª Companhia de Moçambique, o 513 Udana, e o 520 Malipita, que ajudando a retirar do vau o oficial extenuado, praticaram nobremente um acto que muito os honrou e pelo qual foram justamente recompensados. (Virtudes Militares na Tradição Histórica de Portugal do Gen. Ferreira Martins). Isto passa-se por volta de 1916. Altura em que os portugueses tinham colónias, já eram maltratados pelo resto do mundo. Este trecho faz parte da nossa história. De notar que nesta altura, como muitos anos depois, Portugal foi maltratado e acusado de colonialista, mas este acto de dedicação, se assim o quizermos chamar, passou-se numa guerra contra alemães. Espanhóis, Franceses, Ingleses, Holandeses, Alemães, Portugueses, todos foram colonizadores, enfim toda a Europa foi colonizadora. A ONU nunca deixou de recordar a Portugal, após o período de relações tensas por causa do problema de Angola, entre 1960 e 1963, com maior ou menor veemência, a necessidade de ser cumprido o direito de auto determinação dos territórios sob sua administração. Em 1965, a minoria branca da Rodésia declara independência unilateral e o governo Salazarista apoiou, criando mais um foco de tensão entre a ONU e Portugal. O Conselho de Segurança da ONU impôs o bloqueio ao porto da Beira pela esquadra Britânica, contudo o petróleo e tudo o que a Rodésia importava, continuava a chegar com mais ou menos dificuldades, através dos portos Sul Africanos e mesmo através do porto da Beira ( toda a mercadoria que chegava com destino à Beira, não era alvo de revista, os Ingleses como nossos aliados, passavam a pente fino todos os navios que atracavam no porto da Beira, a diferença estava em que nos armazéns dos CFM, o destino era trocado). A ONU é uma organização internacional cujo objectivo declarado é facilitar a cooperação em matéria de direito internacional, segurança internacional, desenvolvimento económico, direitos humanos. Fundada em 1945, após a 2ª guerra mundial, para substituir a Liga das Nações com o objectivo de deter guerras entre países e para fornecer uma plataforma para o diálogo. Logo, sendo a Rodésia uma colónia inglesa, o boicote era feito pela armada Britânica. Como diria o outro : gato escondido com rabo de fora. Para quem tem como título Dedicação, este comentário fugiu um bocado ao tema e alongou-se. Mas, tratando-se de África, um polo de interesses, não seria de esperar outra coisa. Dá a impressão que os únicos colonizadores foram os portugueses e que todos os outros países (que até fazem parte da ONU ), são meninos de coro, sem nada que se lhes aponte. Ainda hoje, sec.XXI há colónias, só para dar um exemplo: Mayotte, nas Comores e Reunião, reclamadas por Madagáscar e Maurícias.

terça-feira, 15 de junho de 2010

ANTES QUE VENHAM MAIS IMPOSTOS

Sorrir antes de entrarmos em assuntos mais sérios que nos poderão levar a ficar tristes, descontentes e outras coisas, para além dos impostos que nesses já não há nada a fazer. Recebi um e-mail que acho que devo partilhar, com quem quiser fazer o favor de espiar ou ir espiando de vez enquanto este sitio sem pretensões, que não sejam as de desabafar ou escrevendo conversas comigo próprio, para evitar falar alto demais, porque por vezes incomoda. Assim, aqui vai o e-mail recebido: O título do mail é cabecinhas pensadoras.


Numa embalagem de sabonetes vem escrito: " Indicações : Utilizar como sabonete normal" (Boa ! Cabe a cada um imaginar para que serve um sabonete anormal).


Em alguns pacotes de refeições congeladas: " Sugestão de apresentação : Descongelar primeiro" (É só sugestão! De repente o pessoal pode estar afim de lambê-la, como se fosse um gelado)


Num hotel que oferecia toucas para o duche: " Válido para uma cabeça" (Alguém muito romântico poderia colocar a sua e a da sua amada na mesma touca...).

Numa sobremesa de uma determinada marca, impresso no lado de baixo da caixa, pode ler-se " Não inverter a embalagem" ( Oops!!! leu o aviso....é porque já inverteu).

No pudim de outra marca pode ler-se " Atenção : o pudim estará quente depois de aquecido" (Boa malha ! Brilhante mesmo).

Numa embalagem de tábua de passar a ferro " Não engomar a roupa sobre o corpo " ( Gostaria de conhecer a infeliz criatura que deu origem a este aviso ).

Num medicamento (pediátrico) contra o catarro infantil: " Não conduza automóveis nem maneje maquinaria pesada depois de tomar este medicamento" (tantos acidentes na construção civil poderiam ser evitados se fosse possível ter esses Hooligans de 4 anos longe dos Catterpillars).

Numas pastilhas de dormir: "Advertência: Pode produzir sonolência" ( Pode não deve !!!! Foi para isso que as comprei!!!).

Numa faca de cozinha: " Importante : Manter longe das crianças e de animais de estimação" (Será que os cães e gatos são ninjas disfarçados? Nunca vi nenhum mexer em facas!)

Numa fileira de luzes de Natal : "Usar apenas no interior ou exterior" (Alguém poderá dizer qual é a 3ª opção ?).

Nuns pacotes de amendoim: "Aviso: contém amendoins" ( Mania de estragar as surpresas).



E assim espero ter contribuído para sorrir, ainda por cima no dia em que Portugal não ganhou à Costa do Marfim. Espero que ainda tenhamos tempo de passar à fase seguinte.....senão desconfio que vêm mais castigos (leia-se impostos). por outro lado se ganharmos não damos pelo aumento dos mesmos. Pois ! somos sempre os mesmos a pagar, mas para já ....sorrir é o melhor remédio.

sábado, 12 de junho de 2010

CAMPEONATO DO MUNDO

Numa altura em que se disputa o Campeonato do Mundo de Futebol, na África do Sul, onde já se ouve falar em assaltos á mão armada, que se não forem muito bem controlados pelas policias, só podem piorar, apetece-me falar de desporto em geral, onde portugueses já reinaram e outros nem por isso. No hóquei em patins, por exemplo, onde fomos campeões do Mundo, da Europa, ganhamos diversos torneios de Montreux, onde fomos realmente bons. Desporto que também tem uma bola e que se joga com um pau, a que se convencionou chamar Stick. Fomos os melhores do mundo neste desporto. Tínhamos a certeza, quando entravamos em campo que era para ganhar. Toda a gente esperava pelo resultado para ver por quantos tínhamos ganho. Tudo isto a propósito do campeonato do mundo de futebol ser disputado em África, mais própriamente na África do Sul e não sabermos, nem termos tanta comfiança neste desporto como nos outros por exemplo, termos campeões como Fernando Adrião, Moreira, Velasco, Amadeu Bouçós. Jogadores que residiam em África, bem perto de onde se vai disputar o campeonato do mundo de futebol. Nunca, que eu me lembre, terá havido um campeonato de hóquei em patins em África. Alguns feitos em Portugal no continente, onde existiam equipas como F.C. Porto, Benfica, Sporting, Infante de Sagres, C.A.C.O., mas onde também equipas africanas foram campeãs nacionais, mais concretamente, Desportivo de Lourenço Marques e Ferroviário. Não podendo esquecer também o B.C.A. de Angola, excelente equipa que deu sempre grande luta, duelos renhidos, em suma bons jogos de hóquei. Mas não foi só no hóquei que as equipas africanas, e falo das equipas de países (hoje de língua oficial portuguesa), africanos que também deram cartas noutros desportos como o Basquetebol, onde havia jogadores que davam e eram espetaculares, José Arruda, Alemão, Dellap, Martiniuk, Nelson Serra, Mário Albuquerque, Leonel, Eustacio, Rui Pinheiro, Paulo de Carvalho, Rai Bueb, Lima, José Caetano, Carlos Gaspar. Como no hóquei davam espectáculo aqueles que mencionei e mais alguns como Abílio, Carlos Pereira, Roussou, Fernando António, Borges, Amílcar, Carrelo, José Rodrigues, Nápoles, Cabacinha e tantos outros que não me lembro. Eram espectáculos de nos pôr os nervos em franja, até ao último minuto sem se saber para que lado pendia a vitória. Embates como Desportivo-Sporting ou Sporting-Malhangalene ou Desportivo-Malhangalene, eram, mais ou menos como o Benfica-Sporting, Benfica-Porto ou Porto-Sporting. Houve até uma altura em que os nacionais de basquetebol eram disputados um ano no Continente, outro em Angola, outro em Moçambique. Alguns destes jogadores, continuaram as suas carreiras em Portugal, fazendo por exemplo do Ginásio Figueirense uma equipa temível. Isto tudo só para falar de bola sem ser futebol. Porque os jogadores africanos de futebol foram bem conhecidos e ajudaram Portugal a ser respeitado no futebol, não tanto como no hóquei, mas......enfim cada um tem o que pode e não o que quer.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

21 DE OUTUBRO DE 1974

Quarenta e um mortos e 88 feridos graves é o trágico balanço dos graves acontecimentos ocorridos em Lourenço Marques e subúrbios na passada 2ª feira. Provocados por um grupo descontrolado de comandos do exército Português que contaram com o apoio de agitadores brancos e pretos, esses acontecimentos acabaram por ser dominados pelas forças populares da Frelimo e por unidades militares portuguesas mas, apesar desta colaboração íntima e eficaz, a maneira criminosa como a situação surgiu e evoluiu originou a morte, a destruição e a miséria em muitos lares da capital e suas zonas suburbanas. Um comunicado conjunto do Alto Comissário da República Portuguesa e do Primeiro Ministro do Governo de Transição publicado na terça feira detalhava minuciosamente o que acontecera e acrescentava que esses agitadores responsáveis, brancos e negros, serão severamente punidos...........Mais adiante......É pois contra estes agitadores - ao serviço dos ideais de Joana Simeão, Simango, Murrupa, Gwengere, etc. - que a população de Lourenço Marques tem que estar atenta e firme, indicando - os às autoridades à menor provocação. Por outro lado, é urgente que os comités de partido e militantes da Frelimo desencadeiem uma acção acelerada de politização das massas nesse sentido. Para que acontecimentos como estes não se voltem a repetir, nunca mais. Diz um militante da frelimo na área do Bairro do Choupal : " Os que provocaram distúrbios e mortes são aqueles que têm ouvidos surdos, são, neste momento, as forças reaccionárias, são os maiores inimigos do povo. A Frelimo diz: Deixem de beber. Mas eles continuam a beber e, em filas vergonhosas, compram caixas de cerveja não só para beberem mas também para venderem mais caro. Mais caro do que na cantina e no bar. A Frelimo diz: A luta não é contra os brancos. A luta é contra o sistema. Eles não querem ouvir e gritam " Vamos matar todos os brancos. Todos os brancos são reaccionários . A Frelimo diz: "Sejam vigilantes mas não provoquem distúrbios ". Mas logo que surge uma oportunidade as cantinas voltam a ser assaltadas, viram-se carros ao contrário e são queimadas pessoas dentro deles sem a mais pequena hipótese de poderem sair dos carros.( publicado na revista Tempo em 27 Outubro de 1974). Resta dizer que todas as pessoas queimadas dentro dos automóveis eram brancos. Resta ainda dizer que a exemplar descolonização não levou em conta, Joana Simeão, Urias Simango e outros dissidentes da Frelimo, que tinham alguma força na altura do acordo de Lusaka. Não foram consultados. O acordo fez-se como se os outros não existissem. O Acordo de Lusaka fez parecer o tempo em que Oliveira Salazar dizia que quem não estivesse do lado do governo era Comunista. O governo português da altura agiu assim, da mesma forma de um sistema que tanto foi condenado por aqueles que fizeram o acordo. A isto se chama sede de poder. Os Comandos que provocaram ou não toda a situação do 21 de Outubro, nesse mesmo dia à noite embarcaram com destino a Lisboa. A mortandade continuou, porquê? O que a Frelimo, deixa saber por exemplo de Joana Simeão, é que foi traidora e reaccionária, a historia o revelará. Joana Simeão era caso ímpar, uma mulher de fibra. Sendo macua, foi dissidente da Frelimo, provavelmente, estará nisto a traição de Joana Simeão. Vem esta conversa fiada a propósito do 35º aniversário da independência de Moçambique. Joana Simeão foi um caso, deu um grande contributo para a emancipação da mulher moçambicana. A arma desta mulher foi a sabedoria. Assim sendo, só podia ter um fim: Morreu assassinada pela Frelimo. E Mondlane ?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

MENTIRAS !!!!

Em 21 de Novembro de 2009, abria um post, onde citava Gil Teixeira (em A Morte dos Patrões ), que dizia assim " Antes do 25 de Abril a lei do trabalho assentava no poder absoluto do Patrão, que admitia e despedia, conforme as necessidades da Empresa ou os seus caprichos ". Posteriormente escrevi outro em 26 de Fevereiro de 2010 com o titulo " MENTIRAS ?" , sobre uma reunião, a pedido da administração da Empresa com os seus 100 trabalhadores, onde foi dito pelo Presidente do Conselho de Administração, que haveria aumentos de vencimentos em Janeiro de 2010, para não ser como em anos anteriores, etc., etc, etc....o post explica. Tudo isto vem a propósito de em Dezembro de 2009, a dita Empresa ser obrigada a dar formação aos seus trabalhadores, formação essa que deveria ser ministrada durante o período laboral, tendo a formação a duração de 50 horas.
Depois deste discurso, é proposto aos trabalhadores cooperação com a Empresa. Como tinha havido uns anos maus, em termos de trabalho e os aumentos durante os quatro anos anteriores não terem existido e o ano de 2009 ter sido um ano de recuperação com o esforço de todos.........mais umas quantas palavras bonitas, que os trabalhadores se foram sensibilizando, desculpando as más aplicações financeiras, as aplicações em proveito próprio, enfim, tudo isso estava a ser ultrapassado, até a proposta de cooperação com a Empresa, que era a formação ser dada em 3 horas diárias, só que em vez de ser durante o período laboral, a empresa cedia 1,5 horas e os trabalhadores o restante tempo, 1,5 horas pós laboral. Tudo isto foi aceite pelos trabalhadores e desculpado à administração todos os erros e até a prepotência com que os trabalhadores eram tratados, mesmo sabendo que uns anos antes o Patrão tinha pertencido ao MDPCDE e mais tarde ao PC , hoje não sendo nem uma coisa nem outra, dizendo-se PS, vivendo como CDS, porque não há nada mais à direita. Claro que nada disto tinha importância, se a entidade patronal cumprisse com o prometido e não tivesse Mentido, com todas as letras. Quando precisou dos trabalhadores deu-lhes palmadinhas nas costas, pediu-lhes 1,5 horas do seu descanso, que os trabalhadores deram e estando nós em Junho......aumento ZERO. Mesmo sabendo, que grande parte dos trabalhadores ganha o vencimento mínimo, outros perto dele, mesmo sabendo que o governo já pôs em prática o acréscimo de 1% de IRS, aumento ZERO. Claro que a explicação é que se o governo até reformas vai congelar, os ordenados do funcionalismo não está congelado, mas vai ser um aumento abaixo da inflação, porque é que ele também não se poderá queixar ? Sendo empresa privada, a crise toca a todos e ele no fundo só ganha uns míseros 6.500€ mensais, enquanto o pessoal que não tem que pensar, está muito bem pago com 750€. Pessoal que trabalha, alguns deles há 30 anos para o mesmo Patrão, que nem gostava de ser tratado assim nem gostava de chamar empregados aos trabalhadores.....chamava colaboradores, dizia ele que empregados lhe fazia lembrar os tempos do antes 25 de Abril. O Mundo realmente dá muitas voltas !
As entidades empregadoras têm alguns deveres para com os seus trabalhadores e usufruem da mesma forma de alguns direitos a partir do momento em que o contrato entra em vigor. É um dever da entidade patronal, por exemplo, garantir um numero mínimo de horas de formação anuais a cada trabalhador seja em acções a desenvolver na empresa, seja através da concessão de tempo para o desenvolvimento da acção de formação por iniciativa do trabalhador. Também, só a título de exemplo, greve um direito dos trabalhadores. Sendo greve, a cessação colectiva e voluntária do trabalho, realizadas por trabalhadores com o propósito de obter benefícios, como aumento de salário, melhoria de condições de trabalho ou direitos dos trabalhadores, ou para evitar perda de benefícios.
No conceito de Marx, salário é o preço pago pelo capitalista ao empregado pela venda dos seus serviços, por um período determinado (isto é só uma curiosidade, por ter dito acima que o patrão desta empresa tinha sido militante do MDPCDE e posteriormente do PC). Nem sequer vou consultar o Cod. do Trabalho, para chegar a conclusão que foram perdidos direitos...........e outras coisas mais. Só mais uma curiosidade : Qualquer destes trabalhadores há dez anos atrás, tinha mais poder de compra. Os aumentos entre o ordenado de há 10 anos e o ordenado que usufruem agora é de 20% no geral, isto é, se há 10 anos um trabalhador ganhava 100, hoje ganha 120. Por aqui me fico. Pode ser que outro dia ou ano qualquer volte ao mesmo tema se ainda cá estiver.

sábado, 5 de junho de 2010

MUDANÇA À VISTA ? POLITICANDO !

.............Perceber-se-á, agora, melhor quando afirmo que os nossos problemas presentes não se resumem apenas a meros resultados eleitorais, à constituição do Governo seguinte, ás medidas pontuais de cada ministério ou à selecção deste ou daquele dirigente político. Os nossos problemas exigem uma reflexão e intervenção muito mais profundas, que situo precisamente neste ponto : o de assumirmos um novo conjunto de regras que apela, sobretudo, para uma maior responsabilidade de cada um de nós, e através dela para um Estado e uma sociedade ao serviço das pessoas.
Um novo consenso político e social é, inclusive, necessário como elemento fundamental para a regeneração da democracia. Minada por um Estado que não assegura correctamente as suas missões para com os cidadãos, a democracia é mais sensível à corrosão, às fracturas, aos conflitos, às descrenças que daí emergem. Preservá-la, exige medidas efectivas que confiram dinâmica e credibilidade a toda a sociedade. E é precisamente com os princípios democráticos, da solidariedade, da tolerância, do pluralismo, da sociedade aberta, que lograremos enfrentar os nossos principais problemas. (Passos Coelho- in MUDAR ). Para além disto dizia ainda há pouco tempo, o seguinte : è preciso reformar o sistema e com esta constituição é impossível. Não está longe o dia em que o Estado não terá dinheiro para pagar aos funcionários. Depois de tudo isto a solução foi aumentar os impostos aos cidadãos, que tem um Estado que não assegura correctamente as suas missões para com estes. Será que é assim que Passos Coelho vai mudar alguma coisa ? Apoiando o Governo, com a criação de mais impostos. Estes foram apoiados por Passos Coelho que se propunha e propõe ser alternativa a este governo. O que o Zé Povo pretende saber é se é pior um período de instabilidade, que só poderá levar ao aumento da crise, ou um período eleitoral antecipado. Passos Coelho é contra a marcação de eleições antecipadas. Nós estamos saturados e sem poder de compra, ao bolso já nos estão a ir autorizados por Passos Coelho, as empresas privadas aproveitando esta situação, estão em vias de não fazerem aumentos. Ainda não ouvi falar na descida de vencimentos, ou pelo menos a manutenção, dos Euro deputados. Não está em causa o merecimento ou não dos seus vencimentos, o que esta em causa é o que se passa no nosso país. O que está em causa é a nossa pobreza crescente. Nós ficamos onde ? À porta da igreja a pedir esmola ? Ou, como disse Belmiro de Azevedo, o governo está a autorizar-nos a roubar ? Pelo menos fica a autorização de Belmiro de Azevedo para podermos ir aos seus super mercados..........Será que Passos Coelho é a solução? Esperemos para ver.